domingo, 24 de abril de 2016

Mantinha de Retalhos e os Tecidos: Como começou a costura!

Nunca me senti especialista de coisa nenhuma. Há quem nasça com o talento e a profissão já traçados na testa "esta menina é uma artista!" e só tenha apetência para um determinado assunto, especializando-se única e exclusivamente aí. 

E são muito bons no que fazem.

Eu, pelo contrário, nunca soube muito bem o que queria ser. Lembro-me de sentir desde pequena que queria algo na área da saúde para ajudar as pessoas, mas que ficava extremamente perturbada ao ver as pessoas em sofrimento (nonsense, certo?), sentindo quase ao mesmo tempo as dores delas também. No entanto, também gostava imenso de literatura, pintar e música. 

No nono ano fizeram-me o famoso "Teste psicotécnico", onde a psicóloga me afirmava a pés juntos que aquilo me iria apontar uma área mais concreta da minha apetência e que as minhas dúvidas miraculosamente seriam esclarecidas com os resultados. A frase do relatório que diz que "a aluna poderá seguir a saída profissional que mais lhe aprouver" mostrava um resultado outra vez pouco concreto e que apontava em todas as direcções. 





E eu, que sempre fui tão indecisa!
 
Isto para dizer que, apesar de me ter comprometido com a área das ciências a nível profissional, sempre tentei colmatar as minhas "ânsias artísticas" nos meus tempos livres: o blog é uma escapatória para a escrita, e tenho regressado à pintura por motivos egoístas (não tenho encontrado quadros com as características que pretendo...portanto faço-os eu.).

A costura foi também um impulso egoísta: com o tempo que passo no trabalho e a rotina, sentia necessidade de "cortar" a semana de trabalho com algo diferente. Sempre admirei a capacidade que algumas pessoas têm de passar do papel para uma peça de roupa os seus sonhos e ideias. 

E assim foi que me inscrevi na Maria Modista. Já tinha lido as imensas reviews positivas na internet e pareceu-me que um investimento de 100€ por três horas mensais era mais do que justificado para o retorno que tinha. 


Nunca tinha pegado numa máquina de costura na minha vida, confesso! No entanto, conjuntamente com o à-vontade que fui ganhando em frente à agulha, as peças foram surgindo: uma capa, dois fatos-de-banho, dois casacos, um vestido...  Tudo isto imaginado de raiz e com um valor sentimental acrescido que não conseguiria arranjar numa peça comprada: fui eu que fiz!




E isso não há dinheiro que pague.