segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Balanço meio atabalhoado de 2014

Eu sei, eu sei, ainda falta mais de uma semana para o fim-de-ano, mas que querem?



Hoje estou de bom humor, e o facto de estar a fazer limpezas cá por casa trouxe-me uma necessidade de catarse literária que tinha de ser preenchida sob a forma de um post.

2014 foi definitivamente um ano em grande para mim: houve uma grande mudança a nível familiar (o casamento que vocês estão fartas já de ouvir), académico, mas também noto que foi dos anos em que mais cresci como pessoa.


A Tânia Argent do MakeupPt já me tinha dito n vezes "Quando tiveres uma casa para gerir, logo falamos.". Normalmente tenho tendência a torcer ao nariz a esse género de frases (como a frase típica de "Quando fores mãe logo tens outra conversa", que tantas vezes ouvi quando me insurgia contra petizes mal educados a desrespeitar as mães em público), mas é totalmente verdade. Não censuro quem viva em casa dos pais até tarde (porque lá está, é uma decisão de vida que é muito pessoal e cujos motivos variam de pessoa para pessoa), mas para mim o facto de estar a gerir uma casa mudou bastante o meu temperamento e a maneira de interagir com as pessoas.

Sendo eu já uma pessoa pacífica por natureza (a malta até se queixa da minha passividade extrema em relação a certos assuntos), o estar a tomar conta de tarefas domésticas, economias familiares, tornou-me uma pessoa ainda mais paciente e pachorrenta, tendo tendência a relativizar e a desdramatizar situações que há um ano atrás provavelmente me tirariam do sério.

Mentalizei-me, por exemplo, que não conseguirei jamais agradar a todos e que, na maioria dos casos em que há pessoas que não gostam de nós, o problema não está em nós: a pessoa às vezes não gosta e pronto. Só isso. Outras vezes as razões são tão disparatadas como não terem engraçado com o meu vestido de casamento ou com o facto de eu ser feliz e gostar muito do que faço.

Assim sendo, centrei-me realmente naqueles que me são importantes e que me fazem sentir especial: por esses é que vale a pena evoluir e construir uma relação saudável e sólida, onde todos temos algo a ganhar e podemos crescer como indivíduos. Tirei também da minha vida pessoas que, tal como ervas-daninhas, se aproveitam da nossa felicidade para se alimentarem e acabam por aos poucos, nos sufocarem. Voltei a ler com a mesma intensidade com que lia antes de entrar para a faculdade e apercebi-me do quanto os livros me têm feito falta, tanto culturalmente como para a minha escrita ainda meio atabalhoada dos anos em que falhei como leitora. Optimizei também o meu tempo para conseguir ter tempo para voltar a rabiscar e viajar: conhecer novos locais, novas pessoas, mas ter a certeza que quando volto, tenho sempre a minha zona de conforto à espera para aquelas alturas em que me apetece estar só comigo.

Assim sendo, faço isto na altura do Natal, por achar que, nesta época de Renovação, temos de agradecer tudo aquilo que tivemos de bom e assim sendo, não poderia deixar de agradecer a todas vós que, de alguma maneira, neste último ano se cruzaram comigo e me marcaram. Um bem-haja!

E venha 2015!