segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Finanças familiares: o que aprendi que me fez poupar tempo e dinheiro (parte 1: casa e mobília)



"Lá anda a outra a fugir ao tema do blog!" devem pensar algumas de vós. Longe de me querer afastar das maquilhagens e cremes que tanto prazer me dão em falar e rever aqui no blog, às vezes sinto-me com vontade de fugir um bocadinho ao tema e poder falar de assuntos que sei que podem ser úteis às leitoras. Aliás, há certos assuntos dos quais aqui vou falar que provavelmente já devem de ter ouvido n vezes em sites de poupanças mas sou da opinião que se o truque vier de alguém que já o usou e realmente funcionou, é de maior valor. 

Assim sendo, vão aqui alguns truques que, de uma maneira ou de outra, fui aprendendo por conta própria ou ouvindo de amigos e familiares e que realmente me deram um jeitaço quando comecei do zero a gerir uma casa por mim própria.

Em primeiro lugar, a casa em si. 

Devo dizer desde já que sou alérgica a créditos, cartões de crédito e afins. Aplicando à letra o provérbio "quem não tem dinheiro, não tem vícios", desde o início que evito ter cartões de crédito. Há o de débito, onde tenho o dinheiro que uso para as despesas, e a caderneta com uma conta poupança, onde deposito o excedente que não gasto em cada mês.

Na escolha para a casa, foi preponderante este facto: não comprámos casa (apesar de até há bem pouco tempo ser hábito as pessoas darem entrada para uma casa e irem pagando prestações), porque a médio/longo prazo ponderamos se calhar apostar numa casa melhor ou até ir para o estrangeiro investir nas nossas carreiras. Assim sendo, não fazia sentido meter-nos "em altos voos" e apostámos em alugar uma casa, não de acordo com as nossas necessidades, mas um bocadinho abaixo para podermos ter margem de manobra caso alguma coisa corra mal (um de nós perca a fonte de sustento ou fique doente e não consiga trabalhar). Outro factor a ter em conta é a proximidade do local de trabalho e transportes: no nosso caso a capital é onde temos a nossa vida feita, mas os apartamentos em Lisboa são bastante caros para o espaço que têm. Assim sendo, optámos por uma casa nos arredores, com transportes directos para o centro (15 minutos) e com renda consideravelmente mais baixa!

Outro factor importante e que muitas vezes é tido pouco em conta: contrato de arrendamento. Muita gente sente-se tentada a arrendar uma casa sem o contrato porque o preço de arrendamento fica mais barato. Mesmo o senhorio vos pareça de confiança, é sempre bom ter uma salvaguarda para se houver algum problema, estejam protegidos e descansados! 

Depois da casa arrendada, eis que surge outro problema: a mobília! 

Ainda há bem pouco tempo era comum os casais pedirem empréstimos ao banco para comprarem a mobília (inteira!) para a casa. O que acontecia na maioria dos casos é que ainda estavam a acabar de pagar as prestações do empréstimo, já a mobília se estava a estragar e a precisar de substituição. 

Os primeiros meses de casada foram passados sem uma única cadeira na sala, tendo apenas a cozinha mobilada (com as prendas de casamento, felizmente!) e a cama no quarto, assim como a mesa de maquilhagem, que foi também prenda de casamento.



 O resto foi-se comprando conforme se pôde: 90% da mobília cá de casa é do Ikea e, apesar de me custar estar a comprar mobília sueca quando temos mobília portuguesa óptima, tenho de ser prática e pensar que estando na casa dos 20, em inicio de vida e a tentar poupar no que posso, a mobília do Ikea é ideal: barata, mesmo aqui ao lado de casa (para facilitar transportes e tudo mais) e, se um dia quiser mudar a decoração da divisão, mudo-a (sem ter problemas de consciência de "dei um dinheirão por esta mobília, não tenho coragem de me desfazer dela"). Só investimos mais dinheiro em dois produtos: o colchão e o sofá que queríamos ter a certeza que eram bem confortáveis, uma vez que é onde se passa a maior parte do tempo em casa.

[Para além disso, montar móveis em conjunto é um óptimo hobby para o parzinho!]

Para além da mobília essencial, a outra tem sido comprada pouco-a-pouco conforme as necessidades: se eu sinto a falta dela, aponta-se e assim que se puder compra-se. Se não se sentir a falta, se calhar não é tão essencial assim! São estes pequenos luxos que, parecendo que não, dão um aspecto mais personalizável à casa e um conforto maior ao nosso cantinho. Apliquei esta mesma técnica à loiça e utensílios de cozinha e tem funcionado que é uma maravilha!