quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O casamento: 5 frases típicas da sociedade sobre/para os recém-casados


Já ando para escrever este post há semanas, meses. No entanto, é um facto que quando estou em frente ao computador as frases não fluem tão facilmente quanto gostaríamos, enquanto que à noite, farto-me de me lembrar das frases que estavam entaladas durante a tarde e que de repente aparecem todas na cabeça! grr.

Poder-se-à dizer que o casamento hoje em dia "não é para quem quer, é para quem pode". Apesar de não concordar nem um pouco com a frase (uma vez que as taxas para tanto o casamento no civil como no religioso são semelhantes e não é obrigatório fazer festa), ouvi isto milhentas vezes antes de me casar, tanto em comentários anónimos no blog como no facebook.

A verdade é que me casei, em vez de apenas me juntar porque pessoalmente me senti mais confortável com essa decisão e, de modo nenhum, julgo quem apenas junta os trapinhos. Criticarem a minha decisão era a mesma coisa que eu me por aqui a atirar batatas sobre a vida privada dos outros.

Este assunto do pré-casamento daria pano para mangas para todo um outro post, mas este é definitivamente um texto sobre o pós-casamento, apenas e só. 

Começas uma vida a dois e, de repente, tens uma data de gente a mandar bitaites sobre como hás de viver a tua vida.

1- "Então e o bebé?"

Se até há uns dias antes de assinar o papel, aparecer grávida seria logo motivo de cochicho, conversas de bastidores e família de "caçadeira em punho" para dar uma sova no maroto que engravidou a piquena, a partir do momento em que acenamos com o papel do casório a coisa muda de figura. 
De repente, a recém-noiva é logo vista como uma máquina de "parir petizes" e a malta começa logo a exigir e a pressionar para ter-se logo uma meia dúzia de cada vez. A história começou para mim logo no copo d'água: "Então e bebés, é para quando?", acompanhada de uma palmadinha nas costas.

As justificações são mais que muitas, desde "não haver bebés na família há muito tempo" ou "o primo precisa de alguém para brincar" , passando pelo "depois queres ter e não consegues", que normalmente é acompanhado de um gráfico gaussiano a mostrar que a partir dos x anos a fertilidade feminina desce a pique. É à escolha do freguês.

2- "Quando foi comigo, não fiz nada assim!"

Esta é daquelas frases que dá para toda a situação e é usada a torto e a direito. 

Quando me casei, optei por ir comprando a mobília pouco a pouco e não me endividar na certa, comprando tudo de uma vez para a casa. É mais uma questão pessoal, em que cada um conforme pode vai adaptando às suas necessidades e ao que está disposto a gastar na altura.

"Onde já se viiiiiiu, ir morar para uma casa sem um sofáaaaa e uma mobília de salaaaaa, quando fui eu comprei tudo em Paços de Ferreira e o senhor veio entregar tudo....(blablabla)". 

(Sigam o mesmo raciocínio quer para receitas que fiz nas primeiras semanas, electrodomésticos que comprei... ouve-se sempre o "Eu não comprava isto, comprava assim".) 

E que tal deixarem a malta fazer asneirada de vez em quando e tomar as próprias decisões? Prefiro mil vezes tomar uma decisão errada, aperceber-me e aprender com ela do que tomar uma decisão errada porque outro me indicou e depois estar sempre a pensar "Pois, se calhar se tivesse feito da minha maneira a coisa tinha corrido melhor".

3- "As primeiras férias e já separados? Divórcio na certa"

Deve estar alguma coisa escrita no Livrinho Sagrado das Santas Senhoras que diz que é Mandamento a partir do momento em que a malta se casa virar lapa do cônjuge. 

Ai daquele que se afastar do respectivo mais do que x cm (É tipo uma restrição judicial, mas ao contrário), que vem logo a brigada dos bons costumes ter um fanico ao pé de vocês. 

Aconteceu este ano passarmos 2 semanas de férias juntos e, como o moço ia entrar num trabalho novo em Agosto, decidimos os dois que eu gozava mais duas semanas com a família, enquanto ele estava a trabalhar. Imaginem o AVC que a maltinha não teve.

4- "Ai, mas o x está tão magrinho!"

Frase normalmente acompanhada com um ar suspeito para o respectivo.

Tradução: "O meu menino anda a passar fome contigo, sua desgraçada!"


5- "Tão longe dos pais? E depois se precisam alguma coisa?"

Primariamente por razões de trabalho (uma vez que temos os dois vida feita na zona de Lisboa), optámos no nosso caso por viver na margem norte, enquanto o resto da família está na margem sul. É uma viagem de carro de 40 minutos, mas há quem encare a coisa como se eu tivesse ido morar para o Burundi, com um bilhete só de ida. Mais uma vez, não critico quem tenha casa pegada com os pais ou sogros, mas eu sentia que estava na altura de me sentir independente e aprender a fazer algumas coisas por mim própria, sem me sentir tentada a ir tocar à campainha de 5 em 5 minutos, if you know what I mean. Se precisar de alguma coisa, ou me oriento sozinha, ou ligo. Simple as that.

Já dizia o outro "Nem tão perto que ela venha de chinelos, nem tão longe que venha de malas aviadas". E assim temos direito à nossa privacidade, sem perder o contacto com ninguém!