segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Esfoliação Química (AHAs e BHAs)



Quem anda já embrenhada nestes assuntos da cosmética, de certeza que já se deparou com o termo “esfoliação química” e os termos acima referidos. Estes dois são, de facto, produtos utilizados por muita gente para esfoliação química, mas poucos os sabem utilizar correctamente e quais são as diferenças entre cada um. Vamos a um pouco de ciência?


Sem querer entrar muito no ramo da Química Orgânica (tive duas cadeiras disto na faculdade e, juro-vos por tudo que aquilo é o Demo), e passando à frente cadeias carboxílicas e polaridades, os AHA (alpha hydroxyl acid) diferenciam-se dos BHA (beta hydroxil acid) em primeiro lugar por estes primeiros se dissolverem em água e os segundos em óleo. Já dá para perceber que, então os AHA serão mais indicados para peles secas e os BHA para peles oleosas.

E ficamos por aqui? Não!

Como é que ambos funcionam?
Para quem não sabe, há uma camada na nossa superfície da pele, chamada estrato córneo, que é maioritariamente composta por células mortas da nossa pele e queratina. É absolutamente necessária na nossa pele, pois protege-a das agressões externas. No entanto, se esta for demasiado grossa, pode fazer com o que a nossa pele aparente não ser homogénea e saudável.



 É nestas situações que tanto os AHAs como os BHAs entram em acção: ambos conseguem penetrar a superfície da pele e remover mais células mortas do estrato córneo do que os vultos esfoliantes físicos. Graças a isto, são muito utilizados para melhorar o aspecto das peles baças ou hiperpigmentadas, reduzir a aparência de rugas e alisar o grão da pele. Os AHAs têm como bónus o facto de serem humectantes e ajudarem a hidratar a pele.

“Então e quais são os melhores AHAs e BHAs que existem no mercado?”
Em termos de AHAs, os que penetram melhor na pele e são usados em maiores formulações no mercado cosmético, são o ácido glicólico e o ácido láctico.

O ácido glicólico é definitivamente o melhor do mercado, mas também o mais potencialmente irritante. É crucial, quando se começa um tratamento com ácido glicólico optar por percentagens mais baixas (usar o tónico diluído, se só conseguir arranjar percentagens altas), e usar protector solar e um bom hidratante.
O ácido láctico é o segundo mais utilizado e, por ser uma molécula maior do  que a do ácido glicólico, é mais indicado para peles mais sensíveis.

 Temos como marcas de exemplo a Paula’s Choice (que possui AHAs com ácido glicólico e também tem packs a 4€ com amostras dos vários produtos, para se poder optar pelo mais indicado), e as St. IvesPads, que são uma opção mais em conta, com ácido láctico.

A sua utilização recomenda-se que seja feita preferencialmente à noite, antes do sérum e do creme hidratante e depois do tónico. A esfoliação pode ser feita 3 vezes por semana (é diferente dos esfoliantes físicos), mas esta frequência deverá ser ajustada conforme a adaptação da pele. Reitero a obrigatoriedade da utilização de um protector solar durante o dia enquanto estiver a utilizar este género de produtos.


No que concerne aos BHAs, definitivamente o mais utilizado é o ácido salicílico. A Paula’s Choice também oferece opções para os BHAs, mas definitivamente o que a mim me oferece melhor relação qualidade/preço são as Stridex Pads.  Não utilizar este género de produtos se tiver alergia à aspirina!
A sua utilização é também igual à dos AHAs, tirando o facto dos BHAs não terem mostrado em testes científicos que provocam fotosensibilidade.




Em suma, o mundo dos esfoliantes químicos é enorme e já existe uma grande panóplia de produtos disponíveis e adaptados a cada tipo de pele e bolsa. Falei apenas em algumas marcas, que foram as que já utilizei mas cabe a si, com a informação que lhe foi dada, de partir à aventura e achar o seu esfoliante perfeito! :)

Estou à disposição para outras dúvidas na zona de comentários, uma vez que este é um campo vastíssimo e que foi falado no geral neste post.