Quem anda já embrenhada nestes assuntos da cosmética, de
certeza que já se deparou com o termo “esfoliação química” e os termos acima
referidos. Estes dois são, de facto,
produtos utilizados por muita gente para esfoliação química, mas poucos os
sabem utilizar correctamente e quais são as diferenças entre cada um. Vamos a
um pouco de ciência?
Sem querer entrar muito no ramo da Química Orgânica (tive
duas cadeiras disto na faculdade e, juro-vos por tudo que aquilo é o Demo), e
passando à frente cadeias carboxílicas e polaridades, os AHA (alpha hydroxyl
acid) diferenciam-se dos BHA (beta hydroxil acid) em primeiro lugar por estes
primeiros se dissolverem em água e os segundos em óleo. Já dá para perceber
que, então os AHA serão mais indicados para peles secas e os BHA para peles
oleosas.
E ficamos por aqui? Não!
Como é que ambos funcionam?
Para quem não sabe, há uma camada na nossa superfície da
pele, chamada estrato córneo, que é maioritariamente composta por células
mortas da nossa pele e queratina. É absolutamente necessária na nossa pele,
pois protege-a das agressões externas. No entanto, se esta for demasiado
grossa, pode fazer com o que a nossa pele aparente não ser homogénea e
saudável.
É nestas situações que tanto os AHAs como os BHAs entram em
acção: ambos conseguem penetrar a superfície da pele e remover mais células
mortas do estrato córneo do que os vultos esfoliantes físicos. Graças a isto,
são muito utilizados para melhorar o aspecto das peles baças ou
hiperpigmentadas, reduzir a aparência de rugas e alisar o grão da pele. Os AHAs
têm como bónus o facto de serem humectantes e ajudarem a hidratar a pele.
“Então e quais são os melhores AHAs e BHAs que existem no
mercado?”
Em termos de AHAs, os que penetram melhor na pele e são
usados em maiores formulações no mercado cosmético, são o ácido glicólico e o
ácido láctico.
O ácido glicólico é definitivamente o melhor do mercado, mas
também o mais potencialmente irritante. É crucial, quando se começa um tratamento
com ácido glicólico optar por percentagens mais baixas (usar o tónico diluído,
se só conseguir arranjar percentagens altas), e usar protector solar e um bom
hidratante.
O ácido láctico é o segundo mais utilizado e, por ser uma
molécula maior do que a do ácido
glicólico, é mais indicado para peles mais sensíveis.
Temos como marcas de
exemplo a Paula’s
Choice (que possui AHAs com ácido glicólico e também tem packs a 4€ com amostras
dos vários produtos, para se poder optar pelo mais indicado), e as St. IvesPads, que são uma opção mais em conta, com ácido láctico.
A sua utilização recomenda-se que seja feita
preferencialmente à noite, antes do sérum e do creme hidratante e depois do
tónico. A esfoliação pode ser feita 3 vezes por semana (é diferente dos
esfoliantes físicos), mas esta frequência deverá ser ajustada conforme a
adaptação da pele. Reitero a obrigatoriedade da utilização de um protector
solar durante o dia enquanto estiver a utilizar este género de produtos.
No que concerne aos BHAs, definitivamente o mais utilizado é
o ácido salicílico. A Paula’s Choice também oferece opções para os BHAs, mas definitivamente o que a mim me
oferece melhor relação qualidade/preço são as Stridex
Pads. Não utilizar este género de
produtos se tiver alergia à aspirina!
A sua utilização é também igual à dos AHAs, tirando o facto
dos BHAs não terem mostrado em testes científicos que provocam
fotosensibilidade.
Em suma, o mundo dos esfoliantes químicos é enorme e já
existe uma grande panóplia de produtos disponíveis e adaptados a cada tipo de
pele e bolsa. Falei apenas em algumas marcas, que foram as que já utilizei mas cabe
a si, com a informação que lhe foi dada, de partir à aventura e achar o seu
esfoliante perfeito! :)
Estou à disposição para outras dúvidas na zona de comentários, uma vez que este é um campo vastíssimo e que foi falado no geral neste post.