terça-feira, 12 de março de 2013

Mais Proximidade, Melhor Vida

Não tenho o hábito de falar muito sobre a minha vida pessoal, mas creio que hoje e dado o assunto que vou falar, se justifica tal acto.
Há quase um ano que, tocada por aquela notícia que nos entrou pela casa dentro pelo telejornal do idoso que foi encontrado morto dentro de sua casa. O idoso morreu sozinho, sem família e estaria assim muito mais tempo se um dos vizinhos não se tivesse queixado do intenso cheiro à polícia.


O que mais me chocou naquele depoimento foi o facto de toda a gente, apesar de conviver com o idoso diariamente, ter achado estranho a falta dele, mas nunca ter ganho coragem para ir bater à porta e saber se estava tudo bem.

Posso ter muitos medos, mas realmente a ideia de morrer sozinha e desamparada é algo que me aterroriza bastante. Mais do que uma morte violenta, o ir morrendo por dentro, lentamente, e apercebermo-nos que ninguém nos vai ajudar, é algo que me faz gelar e arrepiar.

Assim sendo, resolvi fazer alguma coisa.

Quase diariamente passava pela Baixa de Lisboa e nunca, mas nunca me passou pela cabeça que, por cima daquelas lojas todas e nos andares mais acima, houvessem idosos que, pela idade ou impossibilidade física, não se conseguissem deslocar à rua e estivessem, no verdadeiro sentido do termo.... sozinhos.

Assim conheci o projecto Mais Proximidade, Melhor Vida, que mais nada faz do que, uma hora por dia, visitar os idosos em suas casas para dois dedos de conversa. Enche-lhes a alma deles e a nossa também.

A idosa que visito é uma adorável senhora dos seus 90 anos e na posse total das suas capacidades intelectuais. Eu, que aos 22 anos, não me lembro sequer do que fiz ao passe quando chego ao metro, fico embasbacada com a argúcia e inteligência dela, que repara em todos os pormenores e conta histórias que nos fazem ansiar pela próxima visita para saber o fim da história.

Assim sendo, uma das meninas de lá recolheu algumas das histórias dos idosos e publicou-as num livro, para que sejam recordadas e relidas por muitas pessoas e vezes sem conta. A história da D. Natalina lá está também. O livro custa 10€ e está disponível para venda online. Pode servir para ler, para oferecer... O objectivo da venda dos livros será sempre para melhorar a qualidade de vida daqueles que deviam ser umas das nossas prioridades principais, num país que está a envelhecer a olhos vistos.

Para mais informações sobre os livros, verhttps://www.facebook.com/contosdevida

O facebook do projecto de voluntariado é este:https://www.facebook.com/MaisProximidadeMelhorVida?fref=ts

E pronto, como diria a Mantinha de 3 anos, quando encontrava alguém conhecido e desabafava os problemas dela todos "Pontos, já contei tudo!"